Seja a trabalho ou a turismo, milhares de pessoas transitam pelos aeroportos brasileiros todos os dias. Um drone mal utilizado pode causar cancelamentos, atrasos, transferências de voos e até mesmo um acidente grave.
Contudo, quando usado de forma correta, os drones geram benefícios e inovações para diversos setores, como nos ramos de segurança, agronegócio, infraestrutura, mapeamento e jornalismo, além da criação de empresas e empregos no País.
OS DRONES NA FAB
O uso do drone para fins de investigação aeronáutica é uma forma de melhorar e acelerar o processo de reconstituição dos acidentes. O Sistema de Análise e Reconstituição de Acidentes Aeronáuticos (SARAA-3D) é uma das ferramentas usadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) com a finalidade de facilitar a reconstituição, em três dimensões, de acidentes aeronáuticos.
O SARAA desenvolve malhas de realidade precisas por meio de software, produzindo modelos 3D a partir das fotos registradas em uma câmera acoplada ao drone, resultando em precisão geométrica da área analisada.
O Chefe da assessoria internacional do CENIPA, Tenente-Coronel Aviador Cesar de Medeiros Silva Júnior, conta que os dados registrados pelo SARAA trazem mais detalhes e agilidade na análise da investigação: “O uso do sistema com o drone melhora a qualidade das imagens, disponibilizando uma riqueza de detalhes nas fotos, deixando o processo de investigação mais fi dedigno”, detalha.
O uso do drone pelo SARAA-3D é relevante, pois a aeronave pode sobrevoar locais de difícil acesso, contribuindo para o mapeamento geográfico da área e para a localização de destroços, etapa essencial no trabalho de investigação.
Em setembro de 2017, o CENIPA firmou um acordo com o DECEA que autoriza o uso do drone em área de aeroportos, quando necessário o uso da Aeronave Remotamente Pilotada (ARP), para investigações de acidentes aeronáuticos.
CADASTRAMENTO PARA USO DO DRONE
Para operar um drone é necessário seguir as regras dos órgãos brasileiros. O primeiro passo é o cadastro da aeronave, que deve ser feitos na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), ANATEL e no Departamento de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (DECEA).
Neste último, existe um sistema chamado SARPAS, desenvolvido com o objetivo de facilitar a solicitação de acesso ao espaço aéreo para o uso de aeronave remotamente pilotada.
As exigências para operar uma ARP são relativamente simples. O Tenente-Coronel Aviador Jorge Humberto Vargas, do DECEA, explica as diferenças das atribuições dos setores. “O DECEA tem a responsabilidade de regular o acesso ao espaço aéreo. Já o Ministério da Justiça entra em ação em casos de acidentes ou em questões que envolvam patrimônio. A função da Anatel é avaliar a frequência dos equipamentos e, por fim, a ANAC é responsável pela certificação dos pilotos e equipamentos”, conclui.
TERMO
O termo drone vem da tradução do inglês “zangão”. O apelido surgiu do zumbido que o aparelho emite quando está em operação. Embora o termo seja reconhecido mundialmente, institucionalmente, o aparelho é chamado de ARP.
DADOS*
O número de usuários das aeronaves não tripuladas vem aumentando, de acordo com a ANAC. Um levantamento do órgão, realizado até o dia 1º de dezembro de 2017, aponta 27.313 aeronaves cadastradas.
Um aumento de mais de 100% em relação ao mês de julho do mesmo ano, quando o órgão registrou 13.256 cadastros. No ranking brasileiro dos estados com mais drones, São Paulo é o que sai na frente com 8.625 aeronaves. Na sequência segue o Rio de Janeiro, com 3.281, e Minas Gerais, com 2.453.
via DefesaNet